Brasil tem primeira operação com direitos autorais de música

Fintech Hurst pretende universalizar os investimentos alternativos às pessoas físicas.

A Fintech Hurst lançou uma solução que permite que pessoas físicas adquiram recebíveis de royalties sobre 5.600 composições e gravações gospel e sertanejas e obtenham retorno de até 8 vezes maior do que a taxa básica de juros da economia, a Selic (hoje em 2,25% ao ano)”, explica o CEO da Hurst, Arthur Farache.

No mercado internacional, esse tipo de investimento vem sendo praticado há algum tempo. No pacote de composições há sucessos de Luan Santana, Victor e Léo, Leonardo, Cristiano Araújo e Gusttavo Lima, por exemplo.
A Hurst está vendendo R$ 350 mil em royalties de 5.600 composições e gravações de músicos brasileiros, com rentabilidade prevista entre 12,78% (cenário pessimista) e 19,19% (cenário otimista). O valor mínimo de investimento é de R$ 10 mil
“Nossa proposta é universalizar os investimentos alternativos às pessoas físicas, que hoje é de difícil acesso para investidores em geral, pois é restrito a algumas grandes gravadoras e investidores de nicho”, afirma o CEO da Hurst.
Farache explica que a lógica por detrás do investimento é o crescimento das plataformas de streaming, que fez as pessoas consumirem mais música. Desta forma, os valores de royalties de performance aumentam progressivamente, pois são pagos aos autores e compositores toda vez que a música é tocada em público, incluindo os serviços de streaming.

Além do streaming, as receitas são geradas via vendas físicas de CD; execuções públicas, como em academias, shows e estações de rádio; licenças de sincronização, necessária para usar a música em comerciais, filmes, novelas e games.

Brasil 

No Brasil, ainda não havia formas de investidores entrarem neste mercado, como acontece em outros países. Para se ter uma ideia do tamanho da indústria nacional, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), que faz a gestão do sistema de proteção e remuneração dos autores/artistas, distribuiu em 2019 um total de R$ 986,5 milhões para 383 mil artistas e outros titulares.

A plataforma mais famosa no mercado internacional é a americana Royalty Exchange, que em maio deste ano ultrapassou US$ 75 milhões em transações desde o seu relançamento em 2016. Mais de 55% das transações são vendas temporárias de 10 anos. A plataforma oferece um retorno de 12,14% e já realizou mais de 800 operações.

“Os royalties permitem que você ganhe dinheiro enquanto dorme. Além disso, os pagamentos de royalties, especialmente royalties de música, são descorrelacionados de outros mercados como bolsa, o que os torna a forma mais pura de investimento alternativo”, ressalta. Na verdade, os royalties são pagos por plataformas de streaming, ou seja, um hedge de dólar também.


Fonte: MonitorMercantil | Clipping: LDSOFT
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