Ericsson: patentes mais importantes são as que resolvem os problemas

“As patentes mais importantes são aquelas que endereçam problemas e trazem soluções para que a tecnologia cresça”, resumiu Robert Earle, vice-presidente global para IPR e Licenciamento da Ericsson. O executivo conversou com jornalistas, nesta quinta-feira 05/12, na sede da Ericsson em São Paulo.

A Ericsson tem, atualmente, 49 mil patentes depositadas — o número diz respeito ao cenário atual, uma vez que as vigoram por um período determinado de tempo. No Brasil, são 140 famílias de patentes, chegando a perto de 600 patentes, de tecnologias que foram desenvolvidas no País.

O depósito de patentes é um elemento-chave para o desenvolvimento de novas tecnologias. Em 2016, a Ericsson depositou uma aplicação de patentes que reuniu resultados de pesquisas de 130 inventores. O documento de 400 páginas, segundo Earle, é significativo. “Ele vai moldar o futuro das redes de celular”, afirmou. Até agora as patentes já foram registradas nos Estados Unidos e na Europa e está em processo no Brasil. “A contribuição da Ericsson está levando conhecimento para resolver problemas de 5G”, destacou.

Questionado com relação aos maiores desafios no setor de patentes, Earle assinalou que fazer as empresas pagarem os royalties tem sido um deles. “Um ambiente saudável de patentes passa pela boa fé de todos os players e o tratamento justo e consistente a todos os atores. O dinheiro que vem dos royalties alimenta as áreas de pesquisa e desenvolvimento”, disse. Ele também apontou que advogados que usam a lei antitruste para reduzir o suposto risco de retenção de patente não conseguem identificar o dano real ao processo competitivo que esta intervenção causa.

Ainda que Ericsson tenha depositado patentes em 5G, a empresa não está na liderança, segundo estudos como o da IPlytics Platform (https://www.iplytics.com/wp-content/uploads/2019/01/Who-Leads-the-5G-Patent-Race_2019.pdf), para quem a Huawei lidera as declarações de patentes, seguida de Samsung, LG, Nokia, ZTE, Ericsson, Qualcomm e Intel, nesta ordem.

De acordo com o levantamento da IPlytics Platform, em novembro de 2019, foram identificadas 87.752 declarações de patentes relacionadas a 5G (22.604 famílias), sendo 78% delas depositadas nos escritórios de patentes dos Estados Unidos (USPTO) e da Europa EPO e no PCT, Patent Cooperation Treaty, que é um tratado internacional de internacionalização de patentes, administrado pela WIPO, a Organização Mundial de Propriedade Intelectual.

A Ericsson parece não concordar com os levantamentos que apontam as empresas chinesas na liderança.  Christina Petersson, CIPO e líder de IPR e licenciamento, publicou um artigo (https://www.ericsson.com/en/blog/2019/10/5G-patent-leadership), em outubro, dizendo que, apesar de a maioria dos reportes apontarem que as companhias chinesas estão liderando as patentes em 5G, uma analise mais profunda mostra uma história diferente. Para ela, muitos estudos são simplistas.

Em dezembro (https://www.ericsson.com/en/blog/2019/12/Borje-Ekholm-5G-Europe-falling-behind), o CEO e presidente da Ericsson, Börje Ekholm, voltou ao tema e ressaltou que, nos últimos dois anos, a área de P&D cresceu substancialmente na Ericsson, tendo 34 sites globalmente, sendo 18 na Europa, e contabilizando 25 mil pessoas no departamento.

Fonte Convergência Digital | Clipping LDSOFT