Exoesqueleto robótico criado na USP de São Carlos auxilia na recuperação de vítimas de AVC

Tecnologia estimula ao mesmo tempo articulações como quadril, joelho e tornozelo, garantindo movimentos precisos e tratamento mais personalizado. Próxima fase é testar em pacientes.

Pesquisadores da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um exoesqueleto robótico capaz de auxiliar na recuperação de vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). A próxima fase do estudo é testar a tecnologia em pacientes.

O aparelho de alumínio é acionado por um motor e funciona como um esqueleto externo, amarrado a um colete, que possui sensores que identificam a região do corpo paralisada, atuando de forma automática na região afetada do paciente.

De acordo com os pesquisadores, uma das vantagens é que, diferente de outros aparelhos, este equipamento estimula ao mesmo tempo várias articulações como quadril, joelho e tornozelo, garantindo movimentos precisos e um tratamento mais personalizado.

Diferenciado

Nomeado de “Exoesqueleto Modular de Membros Inferiores”, o aparelho já possui uma patente registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

“Os principais dispositivos comerciais utilizam um padrão de caminhada fixo repetitivo, em cada passo do movimento. O nosso equipamento ajusta o quanto que o robô vai ajudar o paciente dependendo da dificuldade que o paciente vai realizar aquele determinado passo. Isso faz com que o tratamento seja mais eficiente e direcionado para aquela deficiência do paciente”, explicou o professor Adriano Siqueira.

Códigos de computador interpretam as informações e determinam o tipo de movimento mais adequado. Com o equipamento, o paciente consegue caminhar, erguer e abaixar as pernas, além de sentar e levantar.

AVC

O AVC ocorre quando os vasos sanguíneos se rompem ou são obstruídos. Em 2019, mais de 200 mil brasileiros foram internados na rede pública com a doença. Metade das vítimas teve algum tipo de sequela.

O pesquisador Felix Escalante explicou que uma das principais sequelas do AVC é o pé caído. “Essa condição faz com que a pessoa fique arrastando o pé o tempo todo. Com esse equipamento, nós podemos auxiliar a pessoa para que possa fazer o movimento normal da caminhada”, disse.

A dona de casa Ana Maria Chimenes perdeu o movimento do lado esquerdo do corpo por conta de um AVC há cinco anos. Atualmente, ela conta com a ajuda de uma órtese e uma bengala para se locomover, mas, sonha com mais autonomia.

“Poder andar mais assim tranquila. Ter uma qualidade de vida melhor. E não depender tanto dos outros, né?”, desabafou.


Fonte: G1 | Clipping: LDSOFT
Foto: G1