O que a Samsung busca em inovação

As grandes empresas já entenderam que investir, adquirir e acelerar startups é um bom negócio. Seja pela estrutura menor ou pela maior flexibilidade, muitas vezes elas têm mais capacidade de inovar do que companhias já consolidadas. A Samsung já está há tempos surfando nessa onda. Em 2013, foi criada a Samsung Next, um braço da empresa-mãe que tem como objetivo buscar startups para investir ou que possam ser adquiridas. Amit Garg, diretor da Samsung Next para investimentos, participou nesta terça-feira do evento Corporate Venture in Brasil, realizado pela Apex, e contou um pouco sobre o que a empresa procura.

“O que a Samsung fazia quando foi criada, há mais de 60 anos? Vendia Noodles e açúcar. Hoje, é uma empresa de tecnologia de bilhões de dólares em valor de mercado. Ela foi capaz de se reinventar, e se modificar múltiplas vezes”, diz Garg. E esse movimento não terminou. Se a Samsung é conhecida por hardware, o principal foco do braço de investimento é software. Até hoje, já foram feitos 60 investimentos, 15 aquisições e 8 saídas.

Segundo ele, a empresa procura atualmente empresas inovadoras em realidade aumentada, realidade virtual, internet das coisas, segurança, digital health, análise de dados, inteligência artificial, aprendizado de máquina e blockchain.

A Samsung Next tem duas frentes: a de investimento e a de aquisições, que segundo Garg atuam separadamente. Nas aquisições, o desafio é manter a independência das startups e sua capacidade de inovar, ainda que estejam inseridas em uma nova empresa.

Para isso, não se segue um modelo único. “Em alguns casos, as startups são integradas a nós [Samsung Next] em vez de à Samsung. Em outros, elas continuam a operar no escritório original”, afirma Garg.

O executivo contou ainda que está em São Paulo para avaliar a possibilidade de instalar um escritório aqui. Hoje, há unidades em Nova York, San Francisco, Tel Aviv, Berlim e Coreia. “Sendo realista, acho que ainda vai demorar mais alguns anos. Não será no ano que vem”, diz.

Fonte: Época