Pesquisa ganha Prêmio Inventor da Petrobrás. Patente já foi depositada no INPI

A pesquisa Método de isolamento de ácidos ARN a partir de depósitos de naftenatos, desenvolvida por pesquisadores da Ufes, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e da Petrobras, foi agraciada com o Prêmio Inventor 2021 da Petrobras. A premiação reconhece os trabalhos inovadores que resultam em depósitos de patentes.

O estudo é o mesmo que ficou entre os dez escolhidos por uma comissão interna da empresa como destaque dentre as cerca de 90 patentes depositadas no ano de 2020 pela Petrobras, juntamente com seus parceiros. A pesquisa está em processo de registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), com depósito de patente já realizado.

Os inventores do método – cinco professores do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQUI) da Ufes, uma servidora e uma pós-graduanda da Universidade; um professor do Ifes e químicos da Petrobras – trabalham no experimento em escala laboratorial neste momento.

O tempo previsto para que o produto ganhe escala industrial é de um a dois anos. Para isso, a estimativa de valores para financiamento das pesquisas e desenvolvimento da tecnologia é de aproximadamente R$ 1 milhão, considerando reagentes, equipamentos e equipe técnica.

Método

O método, fruto da tese de doutorado da química Eliane Barros, do PPGQUI/Ufes, consiste na transformação de resíduos de sais que se acumulam na produção do petróleo em ácidos naftênicos tetrapróticos (ácidos ARN), um produto com grande valor comercial para utilização na indústria petrolífera.

Segundo o professor do PPGQUI Wanderson Romão, na separação do óleo é formado esse sal que acaba depositando-se e obstruindo o duto, interrompendo o processo de produção de petróleo. “Esse método isola as moléculas, purifica, e transforma o sal em ácido. Isolados, esses ácidos passam a ser interessantes pois ajudam a entender melhor o processo de emulsão e corrosão, além de poderem ser usados em reações químicas”, afirma.

A obtenção de ácidos ARN a partir de depósitos de naftenatos traz vantagens no reaproveitamento de resíduos e na redução de danos ambientais. O método visa agregar valor a materiais inservíveis do processo de produção e exploração de petróleo. A estimativa é que 10 gramas do produto possam ser comercializados por valores entre 3 mil e 4 mil reais.

Conheça quem são os inventores do método:

•          Álvaro Cunha Neto, professor do PPGQUI/Ufes;

•          Cristina Maria Sad, doutora em Química e servidora técnica da Ufes;

•          Eliane de Barros, doutoranda em Química/Ufes;

•          Eustáquio de Castro, professor do PPGQUI/Ufes;

•          Juliana Bertelli, mestre em química/Petrobrás;

•          Luiz Chinelatto, doutor em química/Petrobrás;

•          Paulo Roberto Filgueiras, professor do PPGQUI/Ufes;

•          Rogério Carvalho, doutor em química/Petrobras;

•          Valdemar Lacerda Jr., professor do PPGQUI/Ufes; e

•          Wanderson Romão, professor do PPGQUI/Ufes e do Ifes.

Texto: Sueli de Freitas | Edição: Thereza Marinho


Fonte: UFES | Imagem: Dreamstime