Produtores de morango da região são capacitados para Indicação Geográfica

Os produtores de 21 propriedades de morango dos municípios de Jaboti, Japira, Pinhalão e Tomazina, no Norte Pioneiro do Paraná, vão receber capacitações em Boas Práticas Agrícolas (BPA) nos próximos quatro meses. O treinamento integra uma série de ações articuladas pelo Sebrae/PR, em parceria com instituições e poder público, para garantir a produção de uma fruta de qualidade e diferenciada, com foco na conquista do selo de Indicação Geográfica (IG) junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

A instrutora do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Roseneide Bertolucci, vai conduzir a capacitação. Os fruticultores, todos membros da Associação Norte Velho (ANV), foram divididos em duas turmas e os 10 primeiros já responderam a um questionário inicial para identificar as necessidades das propriedades. “Serão cinco aulas e os conteúdos serão personalizados para que os produtores adotem boas práticas agrícolas e garantam a produção de um morango seguro e de qualidade tanto para quem produz, como para o meio ambiente e quem o consome”, explica.

A Universidade Federal do Paraná (UFPR), campus Curitiba, é parceira da iniciativa. A professora e coordenadora do projeto Produção Integrada de Morango (PIMo), Maria Aparecida Cassilha Zawadneak, conta que, desde 2009, um grupo de oito professores, de diversas especialidades, conduz com os estudantes de graduação e pós-graduação trabalhos de pesquisa e extensão com morangueiros em diversas frentes. Segundo ela, a universidade consegue chegar ao produtor por meio do Senar. A academia pesquisa, promove dia de campo e capacita os instrutores da instituição.

“Estamos levando aos produtores do norte pioneiro o curso de boas práticas de acordo com normas da produção integrada. A ideia é valorizar a cultura e criar um selo regional que tenha chancela da PIMo”, afirma. A professora explica que produção integrada é um sistema de produção que adota técnicas agronômicas adequadas, com mudas certificadas e plantio acompanhado por engenheiro agrônomo qualificado. Vários traços culturais errados danificam a imagem do morango perante os consumidores, especialmente o uso excessivo de agrotóxicos.

Maria Aparecida garante que quem passa pela capacitação muda a forma de plantio de forma irreversível. Sem resíduos químicos, o fruto dura mais e garante qualidade e segurança aos consumidores. A iniciativa tem o apoio, também, da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) – Iapar-Emater, Ministério da Agricultura e Prefeitura de Jaboti.

O consultor do Sebrae/PR, Odemir Capello, destaca que a instituição tem conduzido o trabalho com os produtores para a conquista da IG com o objetivo de agregar valor ao morango produzido no norte pioneiro para ampliar o acesso a novos mercados. Segundo ele, os treinamentos vão contribuir para a sustentabilidade da produção da fruta na região. “O objetivo é diminuir o uso de químicos e ampliar mercado. Buscamos a produção de um morango diferenciado”, acrescenta.

Para o produtor de morangos e presidente da ANV, Carlos Inácio, que integra a primeira turma do curso, a capacitação vai agregar mais conhecimento. “Temos muita prática e experiência na produção, mas pouco conhecimento técnico”, reconhece. Conhecer as leis ambientais, a forma correta de uso e armazenamento de produtos químicos e biológicos e como tornar a propriedade mais produtiva vai, na avaliação dele, agregar muito valor ao morango da região.


Fonte: TribunadoVale | Clipping: LDSOFT
Foto: TribunadoVale