Singapura: Celebrando a Inovação por um Futuro Verde

Dia Mundial da Propriedade Intelectual 2020 – Inovar para um futuro verde – Do lixo à eletricidade e à agricultura vertical, eis alguns exemplos de como Singapura apresenta soluções inovadoras por um futuro verde, em comemoração do Dia Mundial da Propriedade Intelectual 2020.

Com o tema “Inovar por um Futuro Verde”, a OMPI celebra este ano o Dia Mundial da Propriedade Intelectual (DMPI) lançando um desafio aos institutos de propriedade intelectual (PI): que identifiquem nos seus países inventores e inovações que tenham usado o sistema de PI para apoiar a transição global para um futuro de baixo teor de carbono.

Um dos principais agentes de inovação de Singapura, o Instituto da Propriedade Intelectual de Singapura (IPOS) desenvolve, de forma proativa, um vibrante ecossistema de PI mantendo seu regime robusto e suas políticas em dia com as exigências da indústria. O IPOS também implementa iniciativas pró-inovação para ajudar empresas a crescerem e se expandirem para fora de Singapura em mercados globais. Os seus esforços foram reconhecidos em nível mundial no Relatório de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, no Índice Global de Inovação, da OMPI, e mais recentemente na World Trademark Review.

Sharmaine Wu, Diretora dos Registros de Patentes, Desenhos ou Modelos e Variedades Vegetais da IPOS afirma: “Novas soluções e tecnologias podem atenuar os problemas enfrentados por todo o mundo em comum: sejam eles problemas de sustentabilidade, serviços de saúde ou mudanças climáticas. Os institutos de PI ajudam inovadores a levarem suas soluções para o mercado e a sociedade. O IPOS está comprometido a fazer a sua parte no apoio a indivíduos e empresas inovadores em todo o mundo por meio de nossos programas e nossa conectividade com o sistema internacional de PI. Em associação com os eventos comemorativos do DMPI, o IPOS lançará um novo programa de patentes com o intuito de intensificar seu apoio a inovadores de todas as áreas tecnológicas. Os inovadores que tenham soluções para um futuro mais verde podem também recorrer a este novo programa para acelerar a sua implementação”.

O IPOS lançará um novo programa ainda este mês. Além dos esforços do IPOS, os seguintes casos mostram como Singapura está inovando por um futuro verde.

Superando a escassez de recursos em Singapura

Em cerca de 10 anos, a demanda global por energia aumentará 50% e a demanda por água, 40%. Como a inovação tecnológica pode abordar esses desafios?

Singapura reconhece a necessidade de se combaterem as mudanças climáticas a fim de se garantir um planeta habitável e sustentável para as gerações futuras. Quase SGD 1 bilhão (dólares de Singapura) foi prometido pelo governo para pesquisas em soluções urbanas e de sustentabilidade, com foco em áreas como energia renovável, resfriamento de Singapura e captura de carbono. As soluções inovadoras criadas em Singapura poderão, em seguida, ser comercializadas, ajudando assim no enfrentamento de desafios globais.

A agência nacional de águas de Singapura, a PUB, é um bom exemplo de organização governamental que apoia esta causa. A agência instalará um dos maiores sistemas fotovoltaicos flutuantes do mundo no reservatório Tengeh, daqui até 2021. Uma vez concluída, a usina gerará energia verde suficiente para atender às necessidades das operações cotidianas das cinco estações de tratamento de água bruta do país, bem como da Barragem da Marina. Com isso, Singapura terá um dos poucos sistemas de distribuição de água do mundo funcionando inteiramente com energia renovável. O projeto também reduz a pegada de carbono de Singapura e supera nossas limitações em matéria de terreno.

Do lixo a um raio de eletricidade

O movimento global contra resíduos plásticos constitui outro desafio-chave. Somente no ano passado, Singapura gerou 930.000 toneladas de resíduos plásticos, dos quais apenas 4% foram reciclados. Num passo positivo para levar o país a se tornar uma nação de zero resíduo, uma equipe de cientistas da Universidade Tecnológica de Nanyang, Singapura (NTU Singapura) desenvolveu um método para transformar resíduos plásticos em valiosas substâncias químicas graças ao aproveitamento da luz solar

Do lixo a um raio de eletricidade

Sob a direção do Dr. Soo Han Sen, a equipe de pesquisadores misturou plásticos e o seu catalisador num solvente, o que possibilita à solução aproveitar a energia luminosa e converter os plásticos dissolvidos em ácido fórmico, substância química usada em células de combustível para a geração de eletricidade. O catalisador é feito de um metal economicamente acessível e biocompatível: o vanádio, muito usado em ligas de aço para veículos e em ligas de alumínio para aeronaves. Quando o catalisador é dissolvido numa solução com plástico de consumo diário não biodegradável e é exposto a luz solar artificial, ele quebra as ligações carbono-carbono no plástico em seis dias.

Segundo Dr. Soo: “O nosso objetivo era desenvolver métodos sustentáveis e baratos de aproveitamento da luz solar para fabricar combustíveis e outros produtos químicos”.

Do lixo a um raio de eletricidade2

A equipe de pesquisadores depositou uma patente para proteger sua invenção em 2016 e a pesquisa foi publicada na revista Advanced Science, em outubro de 2019. Esforços deste gênero, que visam a desenvolver soluções de zero resíduo, fazem parte da visão do Campus Inteligente da NTU de desenvolver um futuro sustentável.

Agricultura vertical urbana de altíssimo potencial

Devido ao crescimento da população mundial, projeta-se que a demanda por alimentos aumente 35% daqui até 2030. O atual impacto global do surto de COVID-19 sobre as cadeias de abastecimento tem deixado países como Singapura suscetíveis a perturbações.

Um exemplo de como a tecnologia pode solucionar o problema de como produzir mais com menos é a Sky Greens, estabelecimento agrícola vertical em Singapura. A empresa tornou-se líder mundial em tecnologias para a produção sustentável de alimentos.

Agricultura vertical urbana de altíssimo potencial

Criada em 2012, a empresa usa tecnologia e inovação para fornecer soluções aos desafios em matéria de segurança alimentar em Singapura. No ano passado, a empresa recebeu a certificação Singapore Standard 632 de produção primária orgânica, concedida pela Control Union Certifications, o primeiro padrão nacional para legumes orgânicos cultivados em ambientes urbanos. Este padrão diz respeito a desafios como recursos naturais limitados e custos operacionais mais altos devido ao consumo de energia e limitações de mão de obra.

O sistema especial da Sky Green composto de calhas de alumínio montadas em grandes estruturas em forma de tesoura (ou ansa) permite cultivar 10 vezes mais legumes e verduras com 95% de água a menos, em comparação com estabelecimentos agrícolas tradicionais de campo aberto. A empresa depositou mais de 15 patentes em Singapura e no mundo para proteger a sua tecnologia. Também há marcas registradas para proteger a imagem de marca da empresa.

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Roshe Wong, Diretor de Desenvolvimento de Negócios, disse, “Para empresas tech, a PI nos é imprescindível, seja a sua abordagem ofensiva ou defensiva”.

A empresa agora vende seus produtos para uma cadeia de supermercados local e exporta para países como China, Malásia, Tailândia e Vietnã.


Fonte e Fotos: WIPO | Clipping: LDSOFT