Sonos leva batalha de patentes para sala de estar

(Bloomberg) — Há mais de um ano, a Sonos alerta investidores que alguns parceiros de negócios, como Google e Amazon.com, estão lançando produtos semelhantes e mais baratos – produtos que poderiam forçar a fabricante de alto-falantes a baixar os preços e sofrer um impacto financeiro.

Na terça-feira, foi a vez de a Sonos revidar. A empresa de Santa Barbara, na Califórnia, decidiu processar o Google por violar cinco patentes de alto-falantes sem fio domésticos. A Sonos acusa o gigante das buscas de se apropriar de seus designs desde 2015, incorporando-os nos alto-falantes do Google, além de seus telefones e laptops. A Sonos alega que o Google ignorou quatro pedidos diferentes para suspender a prática. “Ficamos sem opção a não ser litigar”, disse o CEO da Sonos, Patrick Spence, em comunicado.

O caso reflete a guerra de patentes da era dos smartphones. Samsung Electronics e Apple gastaram anos – e bilhões de dólares – em disputas nos tribunais sobre propriedade intelectual envolvendo os celulares Galaxy e iPhone. Desde então, as vendas de smartphones estão em alta. Agora, como a batalha tecnológica pela atenção do usuário começa a ser travada nos lares com uma enxurrada de aparelhos conectados à Internet, os processos judiciais também aumentam.

Mas as batalhas envolvendo smartphones eram travadas por iguais. Como uma marca de nicho com uma fração da receita do Google, a Sonos não dispõe de recursos à altura para anos de litígio. Por isso, o processo sobre patentes é uma maneira de a Sonos obter royalties de seus designs ou se preparar para uma aquisição, segundo especialistas e analistas jurídicos.

“Isso é muito mais do que um Davi contra Golias“, disse Ira Blumberg, advogado veterano especializado em propriedade intelectual agora na VideoLabs, uma startup jurídica. “Está bastante claro que a Sonos não pode competir.”

O momento do processo foi calculado para chamar a atenção. Google e Amazon estão exibindo suas tecnologias por comando de voz para alto-falantes na conferência CES, em Las Vegas.

De acordo com o processo da Sonos, o problema começou em 2013, quando a empresa fechou um acordo para desenvolver um serviço de música do Google. Na época, a Sonos não esperava que o Google fosse fabricar seus próprios aparelhos de áudio sem fio. Quando o Google lançou os produtos, a empresa teria copiado os principais recursos, como a reprodução sincronizada, segundo a Sonos. O projeto teria dado origem ao Google Home Max em 2017, um alto-falante inteligente que incorpora os recursos da Sonos a um preço mais baixo, segundo o processo.

O Google contesta essa versão dos fatos. “Contestamos essas alegações e as defenderemos vigorosamente”, disse Jose Castaneda, porta-voz do Google.

A Amazon não foi citada no processo, mas, segundo o The New York Times, a Sonos acredita que a empresa também teria violado cerca de 100 de suas patentes. Os representantes da Sonos e da Amazon não quiseram comentar as discussões de patentes entre as duas empresas. Uma porta-voz da Amazon disse que a empresa desenvolveu sua tecnologia de música para vários ambientes de forma independente.

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