Criador de The Sims anuncia lançamento de jogo em blockchain com NFTs

Um dos mais famosos designers de jogos do mundo, Will Wright cria game em blockchain focado em autoconhecimento e que pode dar lucro aos jogadores com NFTs

O criador da série de games “The Sims”, muito popular no início dos ano 2000 e que já vendeu mais de 200 milhões de cópias, anunciou que trabalha no lançamento de um jogo baseado em blockchain e que também usa inteligência artificial.

Chamado “Proxi”, a nova empreitada do lendário designer de jogos Will Wright e seu Gallium Studios é fruto de uma parceria com a plataforma de games em blockchain Forte Labs e vai permitir que os jogadores criem e possuam o seu próprio conteúdo com o uso de NFTs.

Segundo a Bloomberg, o objetivo do game será o autoconhecimento, e permitirá aos jogadores criar “procurações” (ou “proxies”, em inglês) para suas “mentes” – isto é, dar o direito a terceiros para explorar a “mente” criada no jogo com desenhos 3D, fotos e arquivos de áudio.

Os jogadores poderão ver como organizam suas memórias, como pensam e o que faz deles e de suas personalidades únicos. O jogo também permitirá a criação de um mapa especial. Isso refletirá como o jogador se move pelo mundo e constrói associações com as coisas. Quando isso é feito, um “proxi” ganha vida e pode interagir com outros “proxies” no jogo.

“Acho que a autodescoberta é assustadora. Aprender sobre o mundo não é tão assustador quanto aprender sobre si mesmo”, comentou Wright à publicação norte-americana. No game, o jogador será forçado a começar com um espaço em branco e preenchê-lo com suas lembranças.

A Forte Labs, sediada em São Francisco (EUA), é especializada soluções em blockchain para games, utilizando criptomoedas, NFTs, carteiras e até consultoria para questões regulatórias para fazer isso.

Segundo a publicação, essa infraestrutura em blockchain permitirá que os jogadores possuam suas memórias na forma de NFTs, podendo inclusive ganhar dinheiro com os conteúdos criados, utilizando um mercado, dentro do próprio jogo, para comprar e vender os tokens não-fungíveis. Se alguém criar algo no jogo, ele terá esse conteúdo na forma de um NFT. As memórias de uma pessoa, ou o “globo de neve”, serão um NFT, por exemplo. Mais do que isso, praticamente tudo que for criado em “Proxi” poderá ser um NFT e poderá ser levado ao mercado interno do jogo.

Como o game propõe a criação de conteúdos intensamente pessoais, buscando ser uma versão digital da mente dos jogadores, as preocupações com segurança são fundamentais, e por isso o uso da tecnologia blockchain é parte essencial do jogo, já que pode evitar a pirataria e, mais importante, impor critérios e monitoramento de propriedade intelectual – não apenas do jogo, mas dos conteúdos criados pelos jogadores.

Diferente da maioria dos jogos em blockchain, que usam o apelo financeiro e a possibilidade de lucro como principal ferramenta para atrair jogadores, no caso de “Proxi”, segundo os seus criadores, este é só um bônus. “Grandes criadores de jogos pensam mais em ‘como eu posso criar uma experiência incrível?'”, disse Kaiser Hwang, vice-presidente da Forte Labs.

Na próxima semana, membros da comunidade que participaram do desenvolvimento poderão comprar pacotes especiais de NFTs para usar no jogo. Em sua primeira versão, “Proxi” contará apenas com NFTs criados pelos desenvolvedores do game na Gallium Studios, mas à medida que mais jogadores criarem memórias, mais NFTs entrarão no mercado. O jogo deve ser lançado oficialmente antes do final do ano, ainda durante o outono no hemisfério norte, que vai até o dia 21 de dezembro.


Fonte: Exame – Clipping: LDSOFT
Foto: Exame