Muitas vezes nem sabemos, mas a biotecnologia está presente em nosso dia a dia e vem sendo praticada há milhares de anos, como na fabricação de pães e cervejas.
A biotecnologia é uma área multidisciplinar que envolve diversos conhecimentos que incluem as ciências básicas (biologia, química, física e matemática), as ciências aplicadas (engenharia química, estatística, farmácia) e outras tecnologias (informática, robótica e controle de processos) para o desenvolvimento de bens ou serviços utilizando seres vivos (plantas, bactérias, leveduras, animais entre outras formas de vida).
Um de seus carros-chefes mais falados e até polêmicos, são os famosos organismos geneticamente modificados (OGM) também chamados de transgênicos. Apesar de sua fama não muito boa, esses organismos estão presentes no nosso cotidiano e são uma ferramenta com grande potencial para ser explorada. Em nosso dia a dia já podemos encontrar derivados do milho que pode ser um OGM, e isso é muito importante, uma vez que graças a ele temos plantas mais resistentes a pragas e com maior eficiência de produção por hectare. E no futuro, que não está tão distante, busca-se a cura de doenças através de terapia gênica que podem reprogramar o corpo humano, combatendo doenças, por exemplo, a doença de Alzheimer. Logicamente, para todo esse desenvolvimento existem órgãos responsáveis para a regulamentação, controle desses estudos e avaliação para comercialização.
Mas a biotecnologia é muito mais que os OGMs, pois o profissional da área também atua de diversas formas em diversos setores, por exemplo, na saúde (desenvolvendo vacinas, remédios, tratamento de sintomas ou doenças, desenvolvimento de diagnósticos de doenças mais rápidos e baratos), no meio ambiente (através de tecnologias mais limpas como reciclagem, tratamento de água, recuperação de áreas degradadas), nos alimentos (desenvolvendo alimentos mais ricos em compostos saudáveis e processos que permitam manter sua qualidade e sabor), na agricultura (desenvolvendo plantas mais resistentes a pragas e condições como secas ou solos com pouca fertilidade) e na mineração (com a extração de metais de minérios e lixo eletrônico).
O biotecnólogo ou biotecnologista atua desde o desenvolvimento até a aplicação do produto no mercado, sendo norteado de maneira a produzir tecnologias com o melhor custo-benefício. E, como todo desenvolvimento, são necessários investimentos de tempo e dinheiro, e para assegurar os direitos da propriedade daqueles que produzem existe o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O profissional da área de biotecnologia é capacitado para documentar com a descrição necessária frente ao INPI.
Atualmente, a maior parte do conhecimento gerado na área de biotecnologia vem do setor público como das universidades através de incentivos para a iniciação científica durante a graduação ou programas de pós-graduação (mestrado, doutorado e pós-doutorado) com enfoque predominantemente em saúde e agricultura. Para aqueles que se interessam, existem diversos cursos disponibilizados em instituições públicas e privadas como Tecnólogo em Biotecnologia, Bacharel em Biotecnologia e o Engenheiro de Bioprocessos e Biotecnologia.
A biotecnologia é capaz de aplicar suas ferramentas para desenvolver, solucionar desafios e buscar uma constante melhoria dos processos e produtos envolvendo em suas ações seres vivos. Sendo assim, é considerada uma das profissões mais atualizadas e que permanecerá no futuro abrindo cada vez mais os olhos do setor produtivo.
Fonte: Diário
