Participação feminina em produção de softwares ainda é um desafio, revela pesquisa do IFPB

Pesquisa mostra que são necessárias medidas assertivas para inclusão e permanência das mulheres em cursos na área de tecnologia.

Uma pesquisa divulgada pelo IFPB, nesta segunda-feira (8), fez um levantamento de aproximadamente 6.000 registros de programas de computador, catalogados nos últimos três anos, na Revista da Propriedade Industrial do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O estudo demonstrou que em programas com múltiplos autores, aproximadamente 26% são trabalhos com alguma participação feminina. Apenas 3,4% dos programas possuem exclusivamente mulheres como autoras.

De acordo com os dados da pesquisa, no âmbito do IFPB, no período de 2018 a 2020, foram encontrados um total de 36 registros. Desse total não foi observado nenhum software de autoria exclusivamente feminina, no entanto aproximadamente 42% dos registros tem pelo menos uma mulher como autora.

O coordenador da pesquisa, professor João Ricardo Freire de Melo, comentou que a adoção de medidas assertivas para inclusão e permanência das mulheres em cursos da área de tecnologia da informação parece a mais viável e alcançável a curto prazo.

O estudo analisa que essa situação reproduz a realidade brasileira de sub-presentação feminina em espaços de influência nas ciências, na política e em outras esferas da sociedade. “Como já relatado em outros trabalhos, há um bloqueio invisível que impede que elas alcancem cargos de poder, resultando na permanência masculina nestas posições”, disse o professor João Ricardo, que complementa que devem ser adotadas políticas sociais para favorecer a equidade de gêneros no cenário brasileiro e global. “A ciência é melhor quando existe uma diversidade”.

A pesquisa concluiu a fase da coleta de dados e está fazendo as análises para posteriormente publicar em formato de artigo científico.


Fonte: G1 | Clipping: LDSOFT
Foto: PortalCorreio