A corrida das farmacêuticas para desenvolver medicamentos contra o coronavírus

À medida que o novo coronavírus se espalha em países como Brasil, Coreia do Sul e Itália, farmacêuticas buscam formas de combater o vírus

À medida que o novo coronavírus se espalha por países em todos os continentes do mundo, diversas farmacêuticas entram na corrida para desenvolver medicamentos contra o covid-19.

Na China, os testes para avaliar se o antiviral Remdesivir, não aprovado para uso em nenhum país do mundo, funciona contra o novo vírus estão sendo feitos pela farmacêutica Gilead Sciences. A companhia está no meio de um estudo com 761 pacientes em Wuhan, cidade onde o vírus se originou. O resultado do experimento será divulgado no dia 27 de abril, de acordo com o comunicado da Administração de Propriedade Intelectual da China.

A atualização sobre o progresso dos testes foi divulgada um dia após a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmar que o Remdesivir pode ser o único tratamento eficaz para a doença, que já infectou mais de 80 mil pessoas e matou mais de 2.600. Antes do surto do novo coronavírus, o medicamento vinha sendo testado em pacientes com Ebola, mas a droga ainda não recebeu aprovação para nenhum uso.

He Zhimin, vice-chefe da Administração de Propriedade Intelectual, disse que a China ainda não aprovou todos os pedidos de patente do Remdesivir. Segundo a Bloomberg, a farmacêutica apresentou oito pedidos de patente para o medicamento, buscando proteção da estrutura, do método de fabricação e do uso do composto. Apenas três dos pedidos foram aceitos, enquanto os outros cinco estão sob revisão.

Pesquisadores do instituto de virologia de Wuhan também apresentaram um pedido para patentear o uso da droga no tratamento contra o coronavírus. Outras farmacêuticas chinesas estariam produzindo o medicamento, violando uma possível proteção da Gilead.

No Japão, o ministro da Saúde mencionou o Favipiravir, um medicamento antiviral desenvolvido e vendido pela Fujifilm, comercializado sob a marca Avigan, como um dos muitos medicamentos que o país está testando como tratamento para o vírus. A citação fez com que as ações da empresa subissem 8,8% na terça-feira (25/02). O Avigan é aprovado no Japão como um tratamento para a gripe nova ou reemergente e já foi usado anteriormente no tratamento de pacientes com Ebola. A empresa está considerando aumentar a produção do Avigan após um pedido do governo japonês, disse o porta-voz da Fujifilm, Takahiro Taguchi. A Fujifilm já havia fornecido ao governo um estoque de Avigan para dois milhões de pessoas. No entanto, ainda não está claro se a dosagem usada para a gripe comum seria apropriada para o novo coronavírus, disse Taguchi.

Fonte Época | Clipping LDSOFT