
Cantor fez segunda apresentação no festival neste domingo (10).
Bruno Mars fez seu segundo show no The Town nesse domingo (10) e fechou a primeira edição do festival. No domingo anterior (3), a primeira apresentação do astro pop foi recheada de sucessos do início ao fim e só aumentou a expectativa para a segunda rodada. Um dos momentos em que Bruno e sua banda fizeram o público delirar, foi quando o tecladista John Fossit escolheu entreter as 100 mil pessoas que lotaram o Autódromo de Interlagos com uma versão de “Evidências”, clássico sertanejo, durante um solo.
Logo que o público percebeu, fez-se o coro. E nessa loucura, que durou cerca de 1 minuto e meio, quem saiu ganhando foram os compositores do hit brasileiro José Augusto e Paulo Sérgio Valle. A música, que tem mais de 30 anos e se tornou sucesso quando foi gravada pela dupla Chitãozinho&Xororó, pode render a seus criadores R$ 2.200 de acordo com estimativas feitas por especialistas ouvidos pelo GLOBO.
De acordo com a analista de royalties da ORB Music, Ana Carolina Andreatta, quando “Evidências” foi executada gerou direitos de execução pública em quatro usos diferentes: show, TV aberta (quando a Globo reproduz o show), TV on demand (quando é disponibilizado no Globoplay) e TV a cabo (transmitido pelo canal Multishow).
— Todas essas quatro modalidades de direitos são distribuídas pelo ECAD e aquele que se beneficia economicamente pelo uso da música é quem fica responsável por pagar ao ECAD. Nesse caso, a Rock World (organizadora do The Town), a Globo, o Globoplay e o Multishow. Quanto aos valores, existem Anadiversas variáveis, para a remuneração do show, por exemplo, o palco, a capacidade de público e o preço dos ingressos são alguns elementos que vão determinar o valor. No caso da televisão, o tempo de exibição é muito importante — explica Ana Carolina.
Usando como referência valores do último Rock in Rio, que aconteceu em 2022, a analista estima que a execução no show deve gerar um valor em torno de R$ 200 e que a transmissão de uma música completa na televisão, com bastante audiência, pode chegar em torno de R$ 2 mil:
— Os direitos de televisão variam bastante de acordo com a quantidade de vezes que vai ser transmitido, a audiência daquele horário no canal e principalmente o total de segundos da música.
Em nota, o Ecad explicou que, no caso de festivais, o organizador do evento é o responsável por pagar o licenciamento musical, que consiste no pagamento de direitos autorais de execução pública. Essa licença garante a autorização de uso de toda e qualquer música protegida pela entidade publicamente.
Além do pagamento dos direitos autorais, os promotores de shows e eventos têm a obrigação de enviar ao Ecad os roteiros musicais com o repertório utilizado durante as apresentações. É assim que é feita a posterior distribuição desses direitos para os artistas.
Fonte: O Globo