INT completa 95 anos de atuação

O Instituto Nacional de Tecnologia (INT), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), completa em 28 de dezembro 95 anos de atuação. A instituição é uma das pioneiras em atividades de inovação e desenvolvimento tecnológico do País. A avaliação é do diretor do INT, Fernando Rizzo.

O instituto foi criado para aprimorar processos industriais de aproveitamento de recursos minerais e combustíveis no Brasil. Os estudos viabilizaram o uso do carvão, xisto, manganês e outras fontes disponíveis no território brasileiro.

“Ainda em sua primeira década, o INT realiza os primeiros ensaios do uso de álcool combustível em veículos, seguidos dos testes das primeiras misturas de álcool na gasolina, que deram base para o governo Vargas, em 1931, tornar obrigatória a adição de 5% de etanol à gasolina”, disse ele, lembrando que ainda naquela época foram produzidos os primeiros estudos de uso de óleos vegetais como combustíveis.

No INT também foram realizadas as primeiras reuniões e grupos de trabalho para discutir metrologia, normatização de ensaios de materiais e registro de patentes, que dariam origem à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e ao Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM), depois transformado em Inmetro.

“Ao longo das décadas, o INT mantém essa atuação estratégica voltada para a inovação e o desenvolvimento tecnológico do país. O instituto contribuiu, por exemplo, para episódios marcantes como a constatação de haver petróleo no Brasil, a partir da análise do óleo encontrado em Lobato, na Bahia, e o desenvolvimento de método internacional de ensaio de concreto”, conta Rizzo.

Mais recentemente, o INT fez um levantamento antropométrico da população brasileira, a validação tecnológica do Proálcool, deu suporte ao programa de uso do biodiesel, e foi pioneiro no Brasil no uso de impressoras 3D para criação de protótipos industriais e outros fins.

Para marcar os 95 anos do INT, será realizado, neste domingo (5), o Seminário INT no Futuro, com especialistas convidados para discussão do papel dos institutos de pesquisa no contexto atual.

Pesquisas

O INT também tem atuação multidisciplinar. A instituição é uma das 28 unidades credenciadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). O INT desenvolve produtos e processos inovadores de tecnologia química industrial para empresas. “Temos trabalhos muito interessantes no desenvolvimento de produtos de química verde e para o uso de energias renováveis, incluindo etanol de segunda geração e rotas para produção de hidrogênio”, comenta Fernando Rizzo.

Na área de petróleo e gás, o diretor destacou que o INT atende demandas do setor de exploração e produção, desenvolvimento de inibidores de corrosão e novos aços para uso no pré-sal. Já em biocombustíveis, possui diferentes ações de desenvolvimento tecnológico, tendo participação ativa no Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel.

Atualmente, o INT conta com a colaboração de 622 pessoas, entre servidores, equipes de pesquisa, bolsistas e prestadores de serviços. Para Fernando Rizzo, os desafios são grandes, como a recomposição da equipe, que foi reduzida com a aposentadoria de vários servidores, e a negociação de um novo espaço para a expansão do instituto.

Frente ao cenário de redução de investimentos do país, o INT tem buscado a internacionalização da pesquisa. “Um dos caminhos é a interação com outras instituições de pesquisa do exterior que possam trocar conhecimento em áreas de pesquisas com potencial para avançamos. A meta estabelecida em nossa visão de futuro é que cheguemos aos 100 anos reconhecidos como referência nacional em pesquisa e desenvolvimento tecnológico para a inovação”, concluiu o diretor.

Fonte: Agência Gestão CT&I