Para que servem os selos e distinções para as marcas?

Com o aumento do número de distinções para as marcas, discute-se a credibilidade destas distinções para as empresas

brandstorming

“Escolha do Consumidor”, “Marca do Ano” ou “Superbrands” são três das designações que premeiam, todos os anos, empresas de várias áreas em Portugal. Só que há cada vez mais prêmios e distinções, o que levanta a questão sobre a sua credibilidade. Este foi um dos temas em discussão esta terça-feira, no primeiro Brandstorming da Superbrands, no auditório dos CTT, em Lisboa. No meio das cassetes que transportam as cartas dos CTT, falou-se, por exemplo, do impacto que estes prémios têm para as empresas. Miguel Salema Garção, diretor de marca e comunicação dos CTT, diz que os selos “têm bastante importância”.

“Tudo parte da premissa da credibilidade e da marca que promove este prêmio. Estes selos ajudam ao retorno e comunicação das marcas. Para uma empresa como nós, a utilização de um selo destes é muito significativa. Permite comunicar de forma clara a marca”, refere Salema Garção.

A opinião é corroborada por André Taxa, responsável de marca, comunicação e digital da Tranquilidade: “A existência de uma entidade credível é o ponto de partida. Na área dos segundos, onde é difícil fazer a diferença, estes prêmios são muito importantes”.

O debate contou também com a participação da diretora-geral do prêmio “Escolha do Consumidor”, Paula Matias. Lembrou que o processo de escolha das marcas é “validado pela área dos estudos de mercado e não tanto pela área da comunicação”.

Da parte da Superbrands, Pedro Diogo Vaz destacou a “intenção determinada de ter visão do consumidor em paralelo com a visão dos profissionais. Analisamos o valor da marca, de forma holística, o impacto da marca e das suas boas práticas”.

Quem beneficia mais: trabalhadores ou clientes?

A atribuição destes prêmios para a marca pode ser comunicada de diferentes formas. As empresas costumam recorrer, sobretudo, a campanhas publicitárias em vários meios e que mostram o resultado aos consumidores. Mas, a nível interno, as marcas também conseguem aproveitar estes resultados.

“Estes selos são utilizados, em primeiro lugar, pelos trabalhadores, para comunicação interna”, refere o responsável de comunicação dos CTT. Para a empresa postal, estas distinções também servem para “fidelizar clientes e reforçar a hipótese de conquistar clientes. Ajudam na reputação da marca”, adianta Salema Garção.

André Taxa destaca que o prémio serve como “garantia para os clientes atuais” e “dá mais uma razão” para os consumidores mudarem de marca”.

Pedro Diogo Vaz destaca que os selos funcionam como meio de diferenciação: “94% dos inquiridos dizem que não conheçam a distinção, reconhecem que um prêmio tem um valor acrescentado”. Além disso, diz o senior partner da Superbrands Portugal, “o prémio serve como reforço de motivação” para os clientes e os trabalhadores.

Deve haver regulamentação dos selos?

O último ponto desta sessão foi a eventual regulamentação, pela Direção-Geral do Consumidor, das distinções atribuídas às marcas, após a publicação de um guia de boas práticas.

“A mim não me choca”, diz o responsável dos CTT. “Estamos habituados à regulação. Se houver proliferação de marcas e selos, cremos que será necessária uma regulação. Mas acreditamos que, até agora, a verdadeira regulamentação tem sido feita pelo consumidor.” A mesma posição é assumida por Paula Matias e Pedro Diogo Vaz.

André Taxa contrapõe e defende a autorregulação, que é “uma grande responsabilidade das marcas”.

Fonte: Dinheiro Vivo