UFMA realiza terceiro depósito de patente internacional

O requerimento visa à proteção de um inseticida natural que ajudará no combate à Dengue e a outras viroses

A Universidade Federal do Maranhão realizou o terceiro depósito de patente internacional. Desta vez, de um inseticida feito com base nas folhas do Nim (Azadiractha indica A. Juss), planta natural da Índia que funciona como repelente. O produto, que tem aplicação na área da indústria química, pode ser utilizado para eliminar, de forma natural, insetos como o Aedes aegypti, em suas diferentes fases de desenvolvimento, visando à erradicação de doenças como Dengue, Chickungunya e Zica. De acordo com os pesquisadores, o inseticida é de baixo custo e não traz efeito tóxico ao homem.

Com o título “Inseticida Natural”, o produto foi depositado em abril deste ano, nos Estados Unidos, com o apoio da FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão), por meio do Edital Patentes de 2016, que disponibilizava recurso para depósitos internacionais. A preocupação dos pesquisadores agora é transferir essa tecnologia, que pode ser feita em parceria com indústrias capazes de criar linhas de produção para o mercado.

A pesquisadora Adriana Leandro Câmara, uma das inventoras do inseticida, compartilha a expectativa dos colegas de trabalho. “Nosso sonho é que o produto seja comercializado no mercado nacional e internacional. É um inseticida natural, bastante acessível e que não faz mal ao homem. Sabemos que o mosquito Aedes aegypti é uma ameaça para a saúde humana, e esse produto ajudará bastante no combate à dengue e a outras viroses”, ressalta.

Para o pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e inovação, Fernando Carvalho, um depósito internacional é muito importante para a UFMA. “Quando realizamos um depósito nacional, ele só pode ser comercializado no Brasil. A partir do momento em que você faz um depósito internacional, há possibilidade de esse produto ser comercializado nos Estados Unidos, por exemplo, onde há o maior número de empresas de inseticidas do mundo. Além disso, ele apressa o processo. Se no Brasil existe uma demora de dez anos para a concessão, nos Estados Unidos esse tempo se reduz a dois anos”, explicou.

Fernando Carvalho disse ainda que a UFMA vem investindo fortemente na proteção da propriedade intelectual dos seus pesquisadores, visando especialmente a Base de Patentes do Escritório Americano de Patentes e Marcas – USPTO. Segundo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes (PCT) é multilateral e permite requerer a proteção patentária de uma invenção, simultaneamente, num grande número de países, por intermédio do depósito de um único pedido internacional de patente, facilitando o acesso do público à informação cedida.

Além de Adriana Câmara, também participaram da inovação os pesquisadores Maria Célia Pires Costa (UEMA); Mamede Chaves e Silva (UFMA); Antônio Carlos Romão Borges (UFMA); Paula Eillanny Silva Marinho; Katiussia Pinho da Silva; Thais Mota Gomes; Ana Catharinny da Silva de Oliveira e Michael Jackson Ferreira da Silva.

Fonte: G1