Propriedade Intelectual: Cinep e INPI expõem invenções desenvolvidas na Paraíba

Para celebrar o Dia Mundial da Propriedade Intelectual, dezenas de invenções criadas na Paraíba foram expostas no evento realizado na Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep), nessa quarta-feira (26).

Representantes de universidades, empresários, inventores e estudantes de cursos técnicos trocaram experiências e discutiram questões ligadas à área da ciência, tecnologia e empreendedorismo.

Os debates tiveram como foco a disseminação da importância da proteção ao patrimônio intelectual e estímulo à inovação.

Ao fazer a abertura do evento, a presidente da Cinep, Tatiana Domiciano (foto), destacou a importância de proteger o patrimônio de empresas e empreendedores em um mercado cada vez mais competitivo.

“A propriedade industrial é um instrumento essencial para o desenvolvimento econômico e social de um estado e de um país. Esse tipo de proteção não pode ser vista como despesa, mas como um investimento que gera retorno, pois se torna um diferencial no mercado”, afirmou.

A Cinep tem firmado com o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) um acordo de cooperação técnica, por meio do qual a Companhia abriga em suas instalações a unidade regional do INPI na Paraíba, com o intuito de disseminar a cultura da propriedade industrial e da inovação tecnológica.

A gerente do INPI na Paraíba, Alinne Duarte, detalhou os procedimentos necessários para o registro de marcas, que representa a maior parte dos depósitos de propriedade industrial. Segundo ela, hoje a conscientização vem crescendo, mas ainda é preciso avançar.

“Instrumentos como marcas, patentes e desenhos industriais são importantes para proporcionar segurança jurídica e para proteger o investimento do empresário ou inventor contra o uso e comercialização indevidos”, explicou.

O evento prosseguiu com o professor Petrônio Filgueiras, da Agência UFPB de Inovação Tecnológica, que comentou sobre o fomento à inovação tecnológica no ambiente acadêmico.

Conforme o professor, a UFPB foi responsável por mais de um terço dos depósitos de patentes realizados na Paraíba, em 2016.

O pesquisador do INPI Armando Mendes Neto apresentou um panorama nacional e internacional da propriedade industrial e discutiu sobre as principais dificuldades, reflexos econômicos e particularidades da área de patentes.

Em seguida, o empresário e inventor Luciano Piquet, do Grupo Paraí, ressaltou a importância do empreendedorismo e da inovação.

De acordo com dados nacionais do INPI, a Paraíba registrou, em 2016, um total de 1.112 depósitos dos mais variados tipos de proteção, como marcas, patentes, programas de computador e desenhos industriais.

O Estado foi o quarto do Nordeste com o maior número de depósitos, ficando atrás apenas dos três estados mais populosos e que detêm maior PIB (Bahia, Ceará e Pernambuco, respectivamente).

Dezenas de empreendedores divulgaram suas invenções, incluindo projetos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Instituto Federal da Paraíba (IFPB) e Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), além de inventores sem vínculos com instituições de ensino.

Uma das invenções expostas no evento foi um dispositivo chamado Buatech que, ao reconhecer o choro de um bebê, emite sinal por radiofrequência para uma pulseira vibratória. O equipamento tem como público-alvo pais com deficiência auditiva.

Segundo os inventores Higo Thian e Ana Caline (foto), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o diferencial do produto em relação aos semelhantes existentes no mercado é que o equipamento consegue reconhecer o choro específico da criança, evitando o envio do sinal proveniente de outros tipos de ruído sonoro.

Outra patente depositada no INPI da Paraíba busca modernizar o setor aeroviário. O professor Marcos José do Nascimento, do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), desenvolveu um equipamento que consegue medir a lâmina d´água em pistas de aeroportos em dias chuvosos.

De acordo com o inventor, o produto garante uma medição digital de forma mais precisa do que o método que é utilizado atualmente (uma espécie de régua) e mais prático, uma vez que não exige a medição manual em vários trechos da pista. Conforme a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a recomendação é que os pousos sejam realizados caso haja, no máximo, três milímetros de lâmina d´água.

Fonte: Paraíba online